Os distúrbios do sono (DS) em crianças são uma queixa frequente nos consultórios de pediatras, que precisam estar aptos a tratar essas condições. Acometem em média, 30% das crianças. Essas alterações estão relacionadas a hábitos sociais no âmbito familiar que quando se tornam crônicos podem ter efeitos deletérios no desenvolvimento cognitivo, na regulação do humor, no comportamento e qualidade de vida da criança e dos próprios pais.
Os despertares noturnos ocorrem com frequência após os 6 meses de idade acompanhando o ciclo de sono (que dura 90-120 minutos) geralmente na fase REM. Nesse caso, é comum que a criança volte a dormir espontaneamente.
Os tipos de insônia podem variar de acordo com a faixa etária, podendo ser classificadas como distúrbio de início do sono por associações inadequadas (sob condições específicas como um objeto, por exemplo) e distúrbio pela falta de estabelecimento de limites pelos pais. Já durante a adolescência, pode estar relacionada à higiene inadequada do sono, à insônia por atraso de fase ou insônia psicofisiológica.
Aspectos clínicos:
Rotina de sono irregular e inconstante, doenças sistêmicas, ordem de nascimento, fatores genéticos, temperamento, presença de psicopatologia ou depressão materna, comportamento dos cuidadores no despertar noturno e alimentação noturna são fatores que predispõe a insônia.
Diagnóstico: É fundamental uma boa anamnese, análise do impacto que o distúrbio do sono causa na vida da criança e em sua estrutura familiar, exame físico completo para excluir possíveis causas de insônia secundária, investigação de rotina de adormecer e características do sono e despertar; algorítmico Bears – 5 questões facilmente aplicáveis, evidenciando alterações do sono.
Para crianças de até 3 anos utiliza-se o Brief Infant Sleep Questionnaire; crianças acima de 3 anos indica-se o Sleep Disturbance Scale for Children.
Outros métodos: actigrafia, polissonografia – padrão ouro